terça-feira, 26 de junho de 2012

Professores

"O mundo não nasceu connosco. Essa ligeira ilusão é mais um sinal da imperfeição que nos cobre os sentidos. Chegámos num dia que não recordamos, mas que celebramos anualmente; depois, pouco a pouco, a neblina foi-se desfazendo nos objectos até que, por fim, conseguimos reconhecer-nos ao espelho. Nessa idade, não sabíamos o suficiente para percebermos que não sabíamos nada. Foi então que chegaram os professores. Traziam todo o conhecimento do mundo que nos antecedeu. Lançaram-se na tarefa de nos actualizar com o presente da nossa espécie e da nossa civilização. Essa tarefa, sabemo-lo hoje, é infinita.
O material que é trabalhado pelos professores não pode ser quantificado. Não há números ou casas decimais com suficiente precisão para medi-lo. A falta de quantificação não é culpa dos assuntos inquantificáveis, é culpa do nosso desejo de quantificar tudo. Os professores não vendem o material que trabalham, oferecem-no. Nós, com o tempo, com os anos, com a distância entre nós e nós, somos levados a acreditar que aquilo que os professores nos deram nos pertenceu desde sempre. Mais do que acharmos que esse material é nosso, achamos que nós próprios somos esse material. Por ironia ou capricho, é nesse momento que o trabalho dos professores se efectiva. O trabalho dos professores é a generosidade.
Basta um esforço mínimo da memória, basta um plim pequenino de gratidão para nos apercebermos do quanto devemos aos professores. Devemos-lhes muito daquilo que somos, devemos-lhes muito de tudo. Há algo de definitivo e eterno nessa missão, nesse verbo que é transmitido de geração em geração, ensinado. Com as suas pastas de professores, os seus blazers, os seus Ford Fiesta com cadeirinha para os filhos no banco de trás, os professores de hoje são iguais de ontem. O acto que praticam é igual ao que foi exercido por outros professores, com outros penteados, que existiram há séculos ou há décadas. O conhecimento que enche as páginas dos manuais aumentou e mudou, mas a essência daquilo que os professores fazem mantém-se. Essência, essa palavra que os professores recordam ciclicamente, essa mesma palavra que tendemos a esquecer.
Um ataque contra os professores é sempre um ataque contra nós próprios, contra o nosso futuro. Resistindo, os professores, pela sua prática, são os guardiões da esperança. Vemo-los a dar forma e sentido à esperança de crianças e de jovens, aceitamos essa evidência, mas falhamos perceber que são também eles que mantêm viva a esperança de que todos necessitamos para existir, para respirar, para estarmos vivos. Ai da sociedade que perdeu a esperança. Quem não tem esperança não está vivo. Mesmo que ainda respire, já morreu.
Envergonhem-se aqueles que dizem ter perdido a esperança. Envergonhem-se aqueles que dizem que não vale a pena lutar. Quando as dificuldades são maiores é quando o esforço para ultrapassá-las deve ser mais intenso. Sabemos que estamos aqui, o sangue atravessa-nos o corpo. Nascemos num dia em que quase nos pareceu ter nascido o mundo inteiro. Temos a graça de uma voz, podemos usá-la para exprimir todo o entendimento do que significa estar aqui, nesta posição. Em anos de aulas teóricas, aulas práticas, no laboratório, no ginásio, em visitas de estudo, sumários escritos no quadro no início da aula, os professores ensinaram-nos que existe vida para lá das certezas rígidas, opacas, que nos queiram apresentar. Se desligarmos a televisão por um instante, chegaremos facilmente à conclusão que, como nas aulas de matemática ou de filosofia, não há problemas que disponham de uma única solução. Da mesma maneira, não há fatalidades que não possam ser questionadas. É ao fazê-lo que se pensa e se encontra soluções.
Recusar a educação é recusar o desenvolvimento.
Se nos conseguirem convencer a desistir de deixar um mundo melhor do que aquele que encontrámos, o erro não será tanto daqueles que forem capazes de nos roubar uma aspiração tão fundamental, o erro primeiro será nosso por termos deixado que nos roubem a capacidade de sonhar, a ambição, metade da humanidade que recebemos dos nossos pais e dos nossos avós. Mas espero que não, acredito que não, não esquecemos a lição que aprendemos e que continuamos a aprender todos os dias com os professores. Tenho esperança."

José Luís Peixoto, 2011


segunda-feira, 25 de junho de 2012

A idade da imputabilidade de novo em discussão

Responsabilidade criminal deve passar dos 16 para os 18 anos de idade - Sociedade - PUBLICO.PT

Notícia do Público de 14 de Junho de 2012 Por Ana Cristina Pereira



VER TAMBÉM

2012 06 21 stress professores RTP

Factores de risco e Indicadores para reconhecer a violência no namoro



1. Duração do relacionamento
2. Idade
3. Vivência de namoros violentos durante a adolescência
4. Fatores psicológicos
5. Violência intrafamiliar
6. Stalking
7. Dificuldade em reconhecer uma condição de vítima
8. Abuso de álcool e drogas.

De La Rosa (s/d) apresenta doze indicadores para reconhecer a violência no namoro:

“1. Expressa ciúmes de amigas/os, companheiras/os de trabalho ou familiares;
2. Insiste em saber com quem você estava;
3. Faz cenas;
4. Fica fechado em silêncio;
5. Te pressiona a fazer dietas e exercícios;
6. Ameaça suicidar-se;
7. Faz com que você sinta medo de suas reações;
8. Te agrediu fisicamente: empurrando, dando tapas, golpeando;
9. Mexe nos seus pertences, seus diários, e-mails, celular para conhecer “a verdade”;
10. Ameaça te abandonar;
11. Tocou em você, através de carícias, beijos sem seu consentimento;
12. Pressionou você a manter relações sexuais”.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

MEC vai premiar projetos educativos

Prémio de Escola arranca no próximo ano letivo e não haverá dinheiro em jogo. Comunidade educativa ainda não parou para pensar na nova distinção. As preocupações são outras no final das aulas.
"Trata-se de um prémio que pretende reconhecer quem contribui para aumentar a qualidade da educação. Vamos premiar boas práticas e o trabalho da comunidade escolar". Foi assim que o ministro da Educação, Nuno Crato, explicou qual a intenção de um novo prémio instituído pela tutela. O Prémio de Escola vai distinguir, todos os anos, os melhores projetos educativos e as melhores escolas do país do pré-escolar ao Ensino Secundário nas cinco áreas geográficas desenhadas no mapa educativo - Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.
O Ministério da Educação e Ciência (MEC) não vai dar dinheiro vivo às escolas. Os melhores estabelecimentos de ensino receberão um apoio a nível dos recursos humanos de forma a colocarem em prática o projeto educativo planeado e reconhecido externamente. Um elemento de cada comunidade educativa vencedora receberá um diploma de louvor. Nuno Crato explica. "Iremos apoiar projetos científicos e culturais que consideremos relevantes. Esse apoio poderá ser feito ao nível da mobilização de professores, de material escolar ou, eventualmente, da realização de viagens". Não haverá dinheiro a circular.
O Prémio de Escola será anual e as candidaturas têm de ser apresentadas entre 1 de outubro e o último dia do primeiro período letivo de cada ano, numa página do site da Secretaria-Geral do MEC criada para o efeito. Os prémios da primeira edição serão entregues em maio do próximo ano. Guilherme de Oliveira Martins, presidente do Tribunal de Contas e ex-ministro da Educação, preside ao júri do prémio e já garantiu que iria ser exigente. "Iremos ser muito rigorosos porque falar de educação é falar do que há de mais importante", referiu. Segundo este responsável, a durabilidade dos projetos e a maneira como contribuem para a inserção na comunidade são dois dos critérios a ter em conta na hora da avaliação.
Com o final do ano letivo à vista, com as mudanças anunciadas na gestão escolar e com a programada fusão de escolas, a comunidade educativa ainda não teve tempo para refletir sobre a nova distinção do MEC. Há outras preocupações na cabeça. "É muito prematuro pronunciar-me sobre esse assunto", refere Maria Eugénia Pinheiro, diretora da Escola Secundária de Gafanha da Nazaré, lembrando que com a constituição de mega-agrupamentos em curso poderá haver necessidade de refazer os projetos educativos.
Joaquim Félix, diretor da Escola Secundária Gabriel Pereira, em Évora, também ainda não se sentou para analisar detalhadamente o futuro prémio e as condições em que tudo funcionará. "Um ano está a terminar, outro vai começar e andamos mais preocupados com a reorganização do ano letivo. As coisas caem em catadupa", comenta. Mesmo assim, pensa no que um prémio poderá significar. "Premiar os melhores projetos educativos é sempre uma coisa relativa". O que importa, na sua opinião, é perceber algumas questões, nomeadamente o que se espera de cada escola.
Cada projeto é um projecto e o seu impacto está intimamente ligado à comunidade onde tudo acontece. Para Joaquim Félix, seria importante a tutela dar um sinal do que pretende de cada escola, caso a caso, criando assim uma carta de missão para que se saiba, objetivamente, se o estabelecimento de ensino cumpriu ou não com o que era esperado. "O prémio seria uma consequência do que seria uma carta de missão de cada escola", refere. "Não trabalhamos atrás de uma cenoura. Faz-se muito trabalho invisível que, muitas vezes, não é valorizado", afirma.
Tal como os seus colegas, Esmeralda Pimenta, diretora da EB2,3 de Gondomar, também ainda não se concentrou no prémio que a tutela planeou, nem ainda consultou informação relativa ao assunto. Fá-lo-á mais tarde, quando a agitação do fim de aulas terminar. "Neste momento, há muita legislação a sair e temos de preparar o próximo ano letivo", justifica. De qualquer forma, para a responsável tudo o que exista para motivar os alunos é bem-vindo, mas também é preciso ter em consideração como as coisas são aplicadas na prática. "Não só o que está no papel é importante, também é preciso perceber de que forma as ações se realizam", observa. Um projeto educativo é fundamental, a forma como é concretizado também. "Tudo depende do que vão premiar", repara. Esmeralda Pimenta espera que o prémio funcione como um fator de motivação. E deixa alguns desejos. "Espero que não se entre em situações de rankings e que não tenha só a ver com os resultados."


Sara R. Oliveira | 2012-06-20 In Educare

Traumatismos e lesões são a principal causa de morte de crianças e adolescentes em Portugal


Notícia do Público de 6 de Junho de 2012, retirado de Crianças a torto e a Direitos
Por Lusa
Os traumatismos e as lesões são a principal causa de morte das crianças e dos adolescentes entre os 0 e os 19 anos em Portugal, segundo o perfil e relatório de Segurança Infantil que será divulgado terça-feira.
O perfil e relatório de Avaliação de Segurança Infantil 2012 vai ser apresentado pela Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) em Lisboa, em simultâneo com a European Child Safety Alliance (Aliança Europeia de Segurança Infantil), que, no Parlamento Europeu, divulgará dados de mais de 30 países da Europa.
A divulgação dos dados nacionais será feita durante uma conferência comemorativa dos 20 anos da APSI, que se realiza na terça-feira no auditório da Fundação Montepio, em Lisboa, e onde será abordado o papel da associação em matéria de segurança das crianças e jovens em Portugal.
No último relatório da Aliança Europeia de Segurança Infantil, com dados de 2009, Portugal tinha melhorado em matéria de segurança infantil, mas numa lista de 24 países continuava a figurar nos últimos lugares, estando apenas à frente da Grécia.
As classificações são feitas em termos da adopção, implementação e execução de mais de 100 estratégias consideradas eficazes na prevenção de acidentes com crianças, nas áreas da segurança rodoviária, afogamentos, quedas, queimaduras, intoxicações e asfixia, assim como na liderança, infraestruturas e desenvolvimento de competências nesta área.
O mesmo relatório apresentado em Maio de 2009 dava conta que dez mil crianças morrem todos os anos na União Europeia devido a acidentes, o que equivale a 25 mortes por dia.





segunda-feira, 18 de junho de 2012

A.I. Artificial Intelligence.mp4



O filme aborda a necessidade de amar e a necessidade de aceitação de uma criança. Aborda ainda o papel da criança adoptada enquanto substituto

sábado, 16 de junho de 2012

Bill Gates on mosquitos, malaria and education


A passionate techie and a shrewd businessman, Bill Gates changed the world once, while leading Microsoft to dizzying success Now he's set to do it again with his own style of philanthropy and passion for innovation.

“I want to admit that I am an optimist. Any tough problem, I think it can be solved.”

Bill Gates is founder and former CEO of Microsoft. A geek icon, tech visionary and business trailblazer, Gates' leadership -- fueled by his long-held dream that millions might realize their potential through great software -- made Microsoft a personal computing powerhouse and a trendsetter in the Internet dawn. Whether you're a suit, chef, quant, artist, media maven, nurse or gamer, you've probably used a Microsoft product today.

In summer of 2008, Gates left his day-to-day role with Microsoft to focus on philanthropy. Holding that all lives have equal value (no matter where they're being lived) , the Bill and Melinda Gates Foundation has now donated staggering sums to HIV/AIDS programs, libraries, agriculture research and disaster relief -- and offered vital guidance and creative funding to programs in global health and education. Gates believes his tech-centric strategy for giving will prove the killer app of planet Earth's next big upgrade.

In his second annual letter, released in late January 2010, Gates takes stock of his first full year with the Gates Foundation.  Read Bill Gates' annual letter for 2010. And follow his ongoing thinking on his personal website, The Gates Notes .


"When Gates looks at the world, a world in which millions of preventable deaths occur each year, he sees an irrational, inefficient, broken system, an application that needs to be debugged. It shocks him -- his word -- that people don't see this, the same way it shocked him that nobody but he and [Paul] Allen saw the microchip for what it was."
Time

in, Logo Ted

sexta-feira, 15 de junho de 2012

“Zona Pedagógica” criada na Internet pela Interpol



A Interpol lançou, esta terça-feira, no seu portal na Internet uma "zona pedagógica" destinada a adolescentes, para lhes apresentar a organização policial internacional e os convidar a denunciar alegados traficantes.
O endereço eletrónico www.interpol.int/studentzone é um "recurso pedagógico" para os alunos, os seus pais e professores, precisou a Interpol, com sede em Lyon, no centro da França.
O objetivo deste novo portal é também "ajudar os jovens a estarem melhor informados sobre a maneira de se protegerem" de crimes "cometidos via Internet", explicou a responsável do projeto, Roraima Andriani.
O site apresenta-se em inglês, mas está em curso a tradução para francês, espanhol e árabe.
A Organização Internacional de Polícia Criminal, mundialmente conhecida pela sua sigla Interpol (International Criminal Police Organization, em inglês), ajuda na cooperação de polícias de diferentes países. 
Foi criada em Viena, na Áustria, em 1923, com a designação de Comissão Internacional de Polícia Criminal e envolve atualmente 190 países.
In Jornal de Notícias de 29 de Maio de 2012.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil - 12/06


in Crianças a torto e a Direitos



A Organização Internacional do Trabalho (OIT) adotou, em 2002, o dia 12 de Junho como o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil. Para este ano, destaca o direito de todas as crianças a serem protegidas do trabalho infantil e de outras violações de direitos fundamentais.
Embora Portugal seja considerado pela OIT um caso exemplar na luta contra o trabalho infantil, o aumento das dificuldades económicas e a consequente instabilidade das famílias traz novas preocupações neste âmbito. O trabalho infantil, não sendo ainda um problema generalizado, pode ressurgir com o aumento do abandono escolar e da negligência parental.
O número cada vez maior de crianças entregues a si próprias faz com que exista um risco elevado de violência e de abuso, pelo que é importante que não esqueçamos que existem direitos fundamentais que é necessário garantir, principalmente nos que são mais vulneráveis, como as Crianças.
Deixamos aqui diversos materiais relacionados com este dia para que possa juntar-se a nós e unir a sua voz ao movimento mundial contra o trabalho infantil. Poderá igualmente consultar o site da OIT aqui.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Questões de preparação do próximo ano lectivo

Se aceitarmos que enquanto professores/as, a preocupação fundamental do ensino deverá ser a de promover mudanças, de modo a poder garantir (através de metodologias mais participativas, complementadas com as tradicionais, sempre que necessário) um melhor desenvolvimento integral dos alunos/as, o coaching poderá ser uma ferramenta muitíssimo importante no contexto educativo.



A proposta do CRIA centra-se nesta forma de trabalho que se evidencia, na nossa escola, em acompanhamento tutorial em regime de voluntariado (acompanhamento por professores/as tutores/as de alunos/as) com vista à promoção do sucesso escolar.



Chegados ao final deste ano lectivo, parece-nos ser interessante fazer o levantamento de um conjunto de questões para reflexão, no sentido da preparação do próximo ano, que tão rapidamente se avizinha.




É pois deste ponto de vista que deixamos as questões que se seguem:






  1. Como organizo e planifico o processo de ensino-aprendizagem?


  2. De que princípios pessoais e pedagógicos parto?


  3. Como transmito as finalidades e conteúdos do ensino-aprendizagem?


  4. Como resolvo os problemas que surgem na aula?


  5. Como motivo para uma aprendizagem mais autónoma, responsável e participativa?


  6. Como é que, enquanto professor/a, comunico eficazmente, com os estudantes e com o resto dos docentes da comunidade educativa (nomeadamente com os pares, grupo/departamento/conselho de turma)?


  7. Como promovo a criatividade e a aprendizagem com humor?


  8. Qual é o meu estilo de ensino?


  9. Como avalio as aprendizagens efectuadas?


  10. Como fazer para avaliar de uma forma mais participativa (implicando os próprios estudantes)?



A partir deste conjunto de questões, que do nosso ponto de vista são, para os/as professores/as, a base e o elemento de partida de cada novo ano escolar e do seu (nosso) próprio profissionalismo, poderemos posteriormente reflectir sobre um outro contíguo de problemas, não menos interessantes, nem menos necessários para o decurso do nosso desempenho profissional.


Fiquemos pois com este lote de questões e, a seu tempo (mais próximo do início do ano novo de 2012/2013), apresentaremos essa outra classe de questões para reflexão que complementarão as agora apresentadas.

Diez competencias docentes

Justiça - Comissão Europeia

Veja com atenção um conjunto de possibilidades.

Justiça - Comissão Europeia: Justiça - Comissão Europeia

Tarefas a favor da comunidade para os alunos faltosos



Notícia do Público de 31 de Maio de 2012. Retirada de Crianças a torto e a Direitos
Por Clara Viana
Os planos individuais de trabalho destinado aos alunos faltosos vão ser substituídos por tarefas a favor da comunidade. E aos pais com filhos com excesso de faltas podem ser reduzidos apoios sociais ou aplicadas multas.
Em vez de a escola preparar planos individuais de trabalho para os estudantes que têm demasiadas faltas, o Ministério da Educação e Ciência defende que essas crianças e jovens façam trabalho a favor da comunidade, entre outras iniciativas, anunciou Nuno Crato, o ministro que tutela a Educação, no final do Conselho de Ministros desta quinta-feira, depois da aprovação do novo Estatuto do Aluno.
Quanto à responsabilização anunciada dos encarregados de educação pela falta de assiduidade dos filhos esta passará pela promoção de uma “forte censura social”, indicou o secretário de Estado do Ensino e da Administração Educativa, João Casanova de Almeida. Ao princípio da noite, o Ministério da Educação e Ciência adiantou em comunicado que esta “censura” pode levar “à redução de apoios sociais à família ou a contra-ordenações”, conforme fora já antecipado em Dezembro pelo PÚBLICO. As multas aos pais nesta situação estão já previstas no Estatuto do Aluno em vigor nos Açores.
No comunicado do MEC acrescenta-se que, “no caso de se tratar de pais ou encarregados de educação de alunos apoiados pela Acção Social Escolar, a contra-ordenação é substituída pela privação do direito a apoio relativamente a manuais escolares”. Os pais poderão ser também sujeitos a “programas de educação parental” por decisão das comissões de protecção de menores ou do Ministério Público.
O novo diploma, que segue agora para o Parlamento para debate e aprovação ( só será divulgado publicamente quando for remetido para a Assembleia da República), mudou de nome e intitula-se Estatuto do Aluno e Ética Escolar.
Segundo Nuno Crato, esta alteração deve-se ao facto de o novo estatuto não pretender ser apenas uma explicitação dos deveres dos alunos, mas sim visar a sua integração numa ética da escola.
Sobre o fim dos Planos Individuais de Trabalho (PIT), introduzidos por Isabel Alçada e que substituíram as provas de recuperação lançadas por Maria de Lurdes Rodrigues, o secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova de Almeida esclareceu que estes eram “essencialmente burocráticos” e que “a maioria não era cumprida”, Representavam “um sobrecarga sobre os professores, com resultados muito diminutos”, frisou.
Casanova de Almeida acrescentou que, com o novo estatuto, competirá às escolas “escolher a melhor forma de integrar” os alunos com excesso de faltas. No entanto, em caso persistente de absentismo, as escolas serão obrigadas a assinalar estes alunos junto das comissões de protecção de menores e jovens. Esta obrigação já existe, mas segundo o secretário de Estado passará a existir agora um “cuidado diferente na articulação com as comissões de protecção” através de “meios humanos” que vão ser disponibilizados pelo ministério.
Penas agravadas
Os alunos que forem suspensos por mais de cinco dias também terão de ser sinalizados junto das comissões. Mas no geral, segundo Crato, serão os Conselhos Gerais dos agrupamentos – os órgãos onde estão representados professores, auxiliares, pais e autarquias – que definirão as medidas disciplinares a aplicar aos alunos. Entre os deveres dos alunos fixados no novo estatuto figurará a obrigação da reparação de danos causados na escola.
Na sequência da aprovação do novo estatuto pela Assembleia da República, o Código Penal será alterado de modo a prever um agravamento em um terço das penas previstas para crimes contra a pessoa e o património ocorridos nas escolas ou relacionados com estas, esclareceu o secretário e Estado da Presidência do Conselho e Ministros, marques Guedes.
Entre os deveres dos estudantes figura também a proibição de difundir imagens e/ou sons captados sem autorização e a obrigação de respeitar todos os elementos” da comunidade escolar. O novo estatuto recupera também a possibilidade de os alunos serem excluídos, conforme o PÚBLICO já adiantara, mas esta medida só se poderá aplicar a jovens com mais de 18 anos, uma vez que até essa idade são abrangidos pela escolaridade obrigatória.
Matrizes curriculares
No Conselho e Ministros de hoje foram aprovados ainda os diplomas sobre a revisão curricular e o regime de matrícula e de frequência no âmbito da escolaridade obrigatória até aos 18 anos. Os diplomas vão ainda sofrer algumas alterações, pelo que não serão para já divulgados. Questionado pelos jornalistas, Crato insistiu que “não está prevista nenhuma redução de tempo” por comparação à proposta de revisão curricular que foi apresentada em Março, no final de um período de consulta pública.
As novas matrizes, divulgadas na semana passada pelo ministério, estão a criar confusão nas escolas, com muitos professores a denunciar que se traduzem num corte do tempo destinado às suas disciplinas, críticas que têm sido sobretudo feitas pelos docentes de Educação Física.
”Se as aulas de 45 minutos forem mantidas tudo se passará como foi apresentado em Março”, insistiu Crato. Em vez de calcular os tempos lectivos em blocos de 45 e 90 minutos, como até agora, o ministério, que vai dar autonomia às escolas para fixarem os tempos das aulas, apresentou o total de minutos semanal para cada disciplina, o que está a contribuir para a confusão gerada nas escolas. Crato indicou que as direcções regionais de educação irão reunir com directores de todo o país para explicarem o novo modelo.
Novo tipo de matrículas
Quanto ao novo regime de matrícula, o ministro indicou que vão ser implementadas “várias modalidades”, entre elas a matrícula no secundário regular, no profissional e por disciplina, de modo a “conciliar o estudo com algum trabalho” fora da escola.
Marques Guedes acrescentou que vão ser feitas alterações pontuais ao Código de Trabalho de modo a adaptá-lo ao novo limite da escolaridade obrigatória. A idade legal de início do trabalho é de 16 anos, e vai manter-se, mas serão alteradas as disposições que obrigam os empregadores a só contratar os jovens que, com esta idade, tenham concluído a escolaridade obrigatória, acrescentou.
Notícia actualizada às 19h47: Acrescenta informação sobre penas previstas para os pais


sexta-feira, 8 de junho de 2012

Os Direitos humanos e a sua história



Os direitos humanos são um conjunto de valores (direitos) essenciais que expressam e proclamam a dignidade do ser humano. São também um conjunto de liberdades fundamentais do ser humano e expressam-se na afirmação da liberdade de consciência e na defesa da privacidade do indivíduo. Além disso, traduzem-se num conjunto de condições existenciais que funcionam como prerrogativas no sentido de permitirem uma vida minimamente digna.
São por isso um conjunto de protecções mínimas da vida, da liberdade e da propriedade dos cidadãos.


Têm uma história que acompanha o processo vivencial do ser humano ao longo do tempo, manifestando uma das suas características importantes, a dinâmica. 
De facto, em virtude da complexidade crescente que as sociedades foram assumindo, surgiu a necessidade de estabelecer um conjunto de normas que se foram evidenciando em diferentes regulamentos, relacionados com as áreas sociais organizativas, tais como, as económicas, políticas, sociais e também religiosas. 


Assim, é longa a sua história. Muitos historiadores situam o seu surgimento na Grécia, num texto de Sófocles quando Antígona, em resposta ao rei, quando confrontada relativamente à sua desobediência quanto ao enterro do irmão que havia sido executado, diz: "Agi em nome de uma lei que é muito mais antiga do que o rei e se perde na origem dos tempos, que ninguém sabe quando foi promulgada." 


Mais tarde,  no contexto da ascensão das burguesias europeias, na sua luta contra a mentalidade do Antigo Regime, reivindicaram direitos de natureza política e os pensadores do século XVIII reclamaram a liberdade do indivíduo.  Mas, nos séculos XIX e XX, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, alargaram o conceito de direitos humanos, originando uma segunda geração dos mesmos



Veja a história dos direitos humanos aqui em vídeo.


E da Justiça na Comissão Europeia: Justiça - Comissão Europeia

quinta-feira, 7 de junho de 2012

VIOLÊNCIA NO NAMORO



A violência no namoro é um fenómeno atual que tem vindo a aumentar,  infelizmente, de 


forma bastante significativa.



O que é a violência no namoro?


Existe violência quando, numa relação amorosa, um exerce poder e controlo sobre o outro, 


com o objectivo de obter o que deseja.


A violência nas relações amorosas surge quando:

os rapazes pensam que:


- têm o direito de decidir determinadas coisas pela namorada


- o respeito impõe-se


- ser masculino é ser agressivo e usar a força

as raparigas acreditam que: 


- as crises de ciúme e o sentimento de posse do namorado significam que ele a ama


- são responsáveis pelos problemas da relação 


- não podem recusar ter relações sexuais quando ele deseja

A violência não conhece fronteiras de estratos sociais, faixas etárias, religiões, etnias, etc, e 



ocorre em todos os casais (hetero e homossexuais). 


Texto retirado daqui

VER GUIA sobre violência no namoro do Graal partilhado por FB através da UMAR



quarta-feira, 6 de junho de 2012

PISA - Vamos ler-lhes uma história! O Fator de Pais na Educação




ISBN: 9789264176232 (E-book) e 9789264176195 (Print) 
Páginas: 79 
Idioma: Inglês
PISA - Vamos ler-lhes uma história! O Fator de Pais na Educação
Educação começa em casa. A primeira palavra simples um pai fala para o bebê abre o mundo da linguagem para a criança e define a criança no caminho da exploração e descoberta.Quando a escolaridade formal começa, muitos pais acreditam que seu papel como educadores acabou. Mas a educação é uma responsabilidade partilhada por pais, escolas, professores e diversas instituições na economia e na sociedade. Novas descobertas de Programa da OCDE para Avaliação Internacional de Estudantes (PISA) mostram que o envolvimento dos pais na educação é fundamental para o sucesso das crianças durante os seus anos escolares e além.

A OCDE tem o prazer de apresentar o seu relatório, vamos ler-lhes uma história! O Fator de Pais na Educação. O relatório analisa se e como a participação dos pais está relacionada com a proficiência de seus filhos em e prazer da leitura - e também oferece conforto para os pais que estão preocupados que eles não têm tempo ou os conhecimentos necessários acadêmico para ajudar seus filhos a ter sucesso na escola. Muitos tipos de envolvimento dos pais que estão associados a um melhor desempenho do aluno no PISA requerem relativamente pouco tempo e nenhum conhecimento especializado. O que conta é genuíno interesse e participação ativa.



Índice analítico

Este capítulo discute como os benefícios de envolvimento dos pais - e como os estudantes em particular as formas de participação podem ser mais benéficos do que outros.
O envolvimento dos pais na educação de uma criança deve começar no nascimento - e nunca parar. Este capítulo mostra como contar histórias ou lendo livros para crianças quando elas são muito jovens está fortemente relacionada à forma como lêem e quanto eles gostam de ler mais tarde.
As crianças mais velhas beneficiar de envolvimento dos pais também. Este capítulo discute como falar de questões sociais e políticas, ou sobre livros, filmes e programas de televisão com filhos adolescentes está relacionada a um melhor desempenho de leitura na escola.
Quando os pais levam o tempo para atender os professores de seus filhos, ou quando voluntários para atividades na escola, eles sinalizam a seus filhos que a educação que eles valorizam. Este capítulo examina algumas das maneiras que os pais ocupados podem estar envolvidos em atividades escolares e enfatiza que os pais e professores não devem esperar para conhecer o outro.
Crianças - crianças até mais velhas, embora possam não querer admiti-lo - olhar para os seus pais como modelos. Este capítulo explora como as crianças cujos pais têm atitudes mais positivas em relação à leitura são melhores em leitura, eles próprios, e gostar de ler mais.


Obter todos os envolvidos
O relatório também inclui listas de verificação que recomendam formas específicas em que os pais podem se envolver mais na educação de seus filhos. Os professores, dirigentes escolares e formuladores de políticas podem também promover uma maior participação dos pais.


Bem-sucedidos programas de envolvimento parental
Exemplos de sucesso envolvimento parental programas em todo o mundo são dadas ao longo do relatório:

Suécia:  Las Para Mej, Pappa
Reino Unido:  Bookstart
Estados Unidos:  826 Valencia
Estados Unidos:  Harlem Children Zona
Estados Unidos:  Cultura fresco
Em todo o mundo:  Reggio Emilia abordagem

O mais importante, o relatório mostra aos pais que nunca é cedo demais e nunca é tarde demais para se envolver na educação de seus filhos.


Documentos relacionados