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sexta-feira, 21 de junho de 2013
sábado, 17 de novembro de 2012
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Apresentação do livro Plano Bullying : Como Apagar o Bullying da Escola
11 de Outubro de 2012, 21.30 h - Auditório da Biblioteca Municipal de Beja.
Trata-se de uma publicação que, para além de uma forte componente teórica, inclui ainda um CD com cerca de 100 materiais ....
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Trata-se de uma publicação que, para além de uma forte componente teórica, inclui ainda um CD com cerca de 100 materiais ....
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sábado, 6 de outubro de 2012
Prestar atenção às emoções ...
Prestar atenção às emoções, compreender os sentimentos e regular os estados emocionais. Isso é inteligência emocional.
Inteligência emocional é uma vertente da Psicologia que, resumidamente, consiste na capacidade de reconhecer os próprios sentimentos e os dos outros, sabendo lidar com eles. O objetivo final é simples: alcançar mais sucesso e ter uma vida mais feliz. E esta é uma habilidade que, como qualquer outra, pode ser desenvolvida e treinada no quotidiano.
Manuela Queirós, professora e mentora do Clube de Inteligência Emocional na Escola (CIEE), afirma que estas áreas devem começar a ser desenvolvidas logo nas escolas. “Isto trará ganhos extraordinários na autoestima, nos níveis mais elevados da confiança, numa postura diferente perante a vida”.
E a inteligência emocional pode ser trabalhada através da educação e desenvolvimento de competências emocionais que proporcionem mais felicidade e bem-estar pessoal e social. Os resultados finais são concretos: aumento do sucesso escolar, diminuição de comportamentos e atitudes de indisciplina, menor agressividade e maior motivação. “Urge igualmente que estejamos conscientes da necessidade de se desenvolver os dois hemisférios cerebrais – o emocional e o racional – de uma forma mais harmoniosa”, diz Manuela Queirós.
Foi por perceber a importância da inteligência emocional e, acima de tudo, o impacto que a mesma pode ter em contexto escolar que Manuela Queirós decidiu criar o projeto CIEE.
“Este é um clube que permite aos jovens o contacto com ferramentas que possibilitam conhecerem-se melhor, lidar de forma saudável com as suas emoções, rir ou mesmo meditar”, começa por explicar. “Os efeitos são bem visíveis: os alunos sentem-se acolhidos e mais bem integrados, o que se traduz numa assinalável redução do barulho, dos conflitos e da violência.”
O CIEE começou no ano letivo 2005-2006 e, neste momento, está em funcionamento em mais de 20 estabelecimentos de ensino público e privado, abrangendo cerca de 350 alunos, dos 5 aos 18 anos.
Mas esta não é a única iniciativa nas escolas. No passado mês de julho, realizou-se, em Oliveira de Azeméis, o I Encontro de Inteligência Emocional e Educação, numa organização conjunta com o Agrupamento de Escolas Comendador Ângelo Azevedo. Esta iniciativa, que decorreu em dois dias, contou com cerca de 200 congressistas e 75 apresentações científicas. E a reação dos professores foi “extraordinária”. “Infelizmente, a maioria nunca ouviu falar ou não sabe muito bem o que é inteligência emocional. Há uma necessidade urgente de formação dos professores nesta área”, defende Manuela Queirós.
Por isso, estão previstos mais seminários e formações para professores e psicólogos. “As ideias não faltam desde que haja motivação”, diz a mentora do CIEE. “Estamos a dar formação a pais e alunos nessa área e os frutos são extremamente positivos e estão à vista”, termina.
O ponto de contacto na web do CIEE está acessível em:
www.inteligenciaemocionalnaescola.org.
in, Magazine de Educação, Edição n.º 12, setembro de 2012
terça-feira, 26 de junho de 2012
Professores
"O mundo não nasceu connosco. Essa ligeira ilusão é mais um sinal da imperfeição que nos cobre os sentidos. Chegámos num dia que não recordamos, mas que celebramos anualmente; depois, pouco a pouco, a neblina foi-se desfazendo nos objectos até que, por fim, conseguimos reconhecer-nos ao espelho. Nessa idade, não sabíamos o suficiente para percebermos que não sabíamos nada. Foi então que chegaram os professores. Traziam todo o conhecimento do mundo que nos antecedeu. Lançaram-se na tarefa de nos actualizar com o presente da nossa espécie e da nossa civilização. Essa tarefa, sabemo-lo hoje, é infinita.
O material que é trabalhado pelos professores não pode ser quantificado. Não há números ou casas decimais com suficiente precisão para medi-lo. A falta de quantificação não é culpa dos assuntos inquantificáveis, é culpa do nosso desejo de quantificar tudo. Os professores não vendem o material que trabalham, oferecem-no. Nós, com o tempo, com os anos, com a distância entre nós e nós, somos levados a acreditar que aquilo que os professores nos deram nos pertenceu desde sempre. Mais do que acharmos que esse material é nosso, achamos que nós próprios somos esse material. Por ironia ou capricho, é nesse momento que o trabalho dos professores se efectiva. O trabalho dos professores é a generosidade.
Basta um esforço mínimo da memória, basta um plim pequenino de gratidão para nos apercebermos do quanto devemos aos professores. Devemos-lhes muito daquilo que somos, devemos-lhes muito de tudo. Há algo de definitivo e eterno nessa missão, nesse verbo que é transmitido de geração em geração, ensinado. Com as suas pastas de professores, os seus blazers, os seus Ford Fiesta com cadeirinha para os filhos no banco de trás, os professores de hoje são iguais de ontem. O acto que praticam é igual ao que foi exercido por outros professores, com outros penteados, que existiram há séculos ou há décadas. O conhecimento que enche as páginas dos manuais aumentou e mudou, mas a essência daquilo que os professores fazem mantém-se. Essência, essa palavra que os professores recordam ciclicamente, essa mesma palavra que tendemos a esquecer.
Um ataque contra os professores é sempre um ataque contra nós próprios, contra o nosso futuro. Resistindo, os professores, pela sua prática, são os guardiões da esperança. Vemo-los a dar forma e sentido à esperança de crianças e de jovens, aceitamos essa evidência, mas falhamos perceber que são também eles que mantêm viva a esperança de que todos necessitamos para existir, para respirar, para estarmos vivos. Ai da sociedade que perdeu a esperança. Quem não tem esperança não está vivo. Mesmo que ainda respire, já morreu.
Envergonhem-se aqueles que dizem ter perdido a esperança. Envergonhem-se aqueles que dizem que não vale a pena lutar. Quando as dificuldades são maiores é quando o esforço para ultrapassá-las deve ser mais intenso. Sabemos que estamos aqui, o sangue atravessa-nos o corpo. Nascemos num dia em que quase nos pareceu ter nascido o mundo inteiro. Temos a graça de uma voz, podemos usá-la para exprimir todo o entendimento do que significa estar aqui, nesta posição. Em anos de aulas teóricas, aulas práticas, no laboratório, no ginásio, em visitas de estudo, sumários escritos no quadro no início da aula, os professores ensinaram-nos que existe vida para lá das certezas rígidas, opacas, que nos queiram apresentar. Se desligarmos a televisão por um instante, chegaremos facilmente à conclusão que, como nas aulas de matemática ou de filosofia, não há problemas que disponham de uma única solução. Da mesma maneira, não há fatalidades que não possam ser questionadas. É ao fazê-lo que se pensa e se encontra soluções.
Recusar a educação é recusar o desenvolvimento.
Se nos conseguirem convencer a desistir de deixar um mundo melhor do que aquele que encontrámos, o erro não será tanto daqueles que forem capazes de nos roubar uma aspiração tão fundamental, o erro primeiro será nosso por termos deixado que nos roubem a capacidade de sonhar, a ambição, metade da humanidade que recebemos dos nossos pais e dos nossos avós. Mas espero que não, acredito que não, não esquecemos a lição que aprendemos e que continuamos a aprender todos os dias com os professores. Tenho esperança."
José Luís Peixoto, 2011
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