As crianças acedem cada vez mais cedo à internet e conseguem fugir à supervisão dos adultos, o que obriga a novas respostas por parte dos poderes políticos para garantir a sua segurança, aponta um relatório da EU Kids Online.
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EU Kids Online é uma rede de investigadores europeus sobre crianças e internet da responsabilidade do Programa Internet Segura da Comissão Europeia que deixa agora uma série de recomendações na sequência de uma pesquisa realizada por toda a Europa e que envolveu 50 mil inquiridos.
De acordo com os resultados dessa pesquisa, "as crianças estão a aceder à internet cada vez mais novas" e fazem-no cada vez mais através de meios móveis, "escapando assim à supervisão dos adultos".
Para os investigadores, "é vital que os responsáveis por políticas públicas desenhem novas respostas para estes novos desafios", mas ressalvam que Portugal é um dos países onde o uso da internet é "relativamente baixo, mas associado a uma incidência de riscos intermédia".
"Portugal é também um dos países europeus com menor incidência de bullying online" e "as crianças e os jovens portugueses estão entre os que menos se envolvem no contacto com pessoas desconhecidas online", lê-se no relatório.
No entanto, Portugal é um dos países "onde mais crianças e jovens declaram aceder à internet nos quartos (67 por cento) e onde os pais menos acedem com frequência à internet (30 por cento), ao mesmo tempo que é entre as crianças e jovens portugueses que é mais frequente aceder à internet na escola (72 por cento) ou nos espaços de acesso gratuito (25 por cento).
O documento deixa 20 recomendações-chave, nomeadamente que "as crianças têm direito a protecção e segurança online, mas também têm de se responsabilizar por se manterem seguras e respeitarem os direitos dos outros" ou que "é importante que os responsáveis políticos continuem a enfatizar as oportunidades que a internet apresenta para as crianças".
Por outro lado, lembram que "é preciso um novo foco na segurança dos mais novos", que "as mensagens sobre segurança devem ser adaptadas aos novos modos de acesso" ou que "os conteúdos online positivos para crianças devem ser prioridade nas políticas".
Defendem igualmente que "os fornecedores de serviços de redes sociais devem garantir a máxima
proteção para as contas de utilizadores menores", que "a consciência parental dos riscos e da segurança online precisa de ser ampliada", bem como que "é preciso criar respostas modeladas para o bullying".
"O software de controlo parental precisa de ter em conta as necessidades, conhecimentos e interesses dos pais", lê-se no relatório que sublinha igualmente que os níveis de mediação dos professores "são elevados, mas poderiam ser ainda mais".
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