quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
CRIA - Relatório Final (2010-2011)
No final de julho fizemos a apresentação de relatório de avaliação da implementação do CRIA que apresentamos através do link para quem quiser saber mais.
domingo, 23 de outubro de 2011
A escola tem de adivinhar o futuro
Entrevista a Carlos Fiolhais
CF: Os alunos, os professores, os pais, todos podem e devem aprender. Aprender faz-se na escola e fora dela, no tempo da escola e ao longo da vida. Mas os alunos, evidentemente, estão numa fase em que a aprendizagem se faz praticamente a tempo inteiro, estão numa fase em que se estão a preparar para a vida futura. Ora, a escola é o sítio onde devem aprender, foi o sítio que a humanidade inventou para isso. À medida que aprendem vão verificar que ficam evidentemente capazes de aprender ainda mais. Pedem-se várias coisas da escola, mas deve-se pedir sobretudo que nela se aprenda, o que implica necessariamente que nela se ensine, pois não há escola sem professores. É responsabilidade dos alunos aprender, é responsabilidade dos professores ensinar e é responsabilidade dos pais exigir a alunos e a professores que cumpram a sua obrigação.
Sara R. Oliveira | 2011-09-28 in EDUCARE
Mesmice
Após alguns anos de experimentalismo reformista e de tentativas de psicologização das escolas, temos nas escolas mais do mesmo. Gilles Ferry busca explicar o drama, contextualizando-o no campo da formação de professores: Existe "uma analogia estrutural entre o vínculo da formação e o vínculo da prática profissional para a qual conduz esta formação, uma isomorfia. Resulta desta isomorfia que (qualquer que seja) o modelo pedagógico adotado pelos formadores tende a impor-se como modelo de referênca dos "formados". Os efeitos de estruturação e de impregnação produzidos pelo dispositivo de formação correm o risco de serem mais fortes do que o discurso sustentado".
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
terça-feira, 18 de outubro de 2011
O regresso dos pais autoritários
Os pais têm de recuperar a autoridade perdida e deixarem de querer agradar aos filhos, ou o mundo estará perdido, afirma um dos mais famosos pediatras do mundo.
Fomos saber porquê.
Confesso que ia um bocado amedrontada. Afinal, ia entrevistar um dos homens responsáveis por um dos maiores escândalos educativos das últimas décadas, o homem que defendera a urgência do regresso ao poder dos pais contra os todo-poderosos filhos.
Acusado de tudo, de fascista para baixo, o pediatra líbio-francês Aldo Naouri diz
que os pais se demitiram do seu papel de educadores e em vez disso se dedicam a satisfazer a criança, com o único desejo de se fazerem amar. Diz que confundimos frustração com privação. Diz que transmitimos à criança que não só pode ter tudo como tem direito a tudo, içando-a ao topo do edifício familiar, onde ela nunca esteve e onde nunca deveria estar. Diz que um filho hoje não é criado para se tornar ele próprio, mas para gratificar e servir o narcisismo dos pais. Diz que estamos perante uma epidemia que encoraja os pais a seduzirem as crianças, tornando-as assim em seres obsessivos, inseguros, amorfos e emocionalmente ineptos, que não sabem gerir as suas pulsões e são incapazes de encontrar o seu lugar no mundo.
LER MAIS
Catarina Fonseca
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
TUDO COMEÇA POR UM PONTO (Realizações)
“Quando você toma uma iniciativa, seja ela qual for,
o seu mundo parece que se transforma.
Você se sente mais confiante para fazer o que antes não tinha coragem.
Novas possibilidades se abrem e, de repente,
aquele lugar que você sempre quis ir, já não fica mais tão longe.
Então a vida fica mais clara, ganha mais sentido.
E descobrir, agora é uma palavra constante no seu dia-a-dia.
Você descobre que o seu poder de decisão é muito mais forte do que imaginava
e que a palavra cuidado faz muito mais sentido quando você a transpõe para outras pessoas.
Descobre que cuidar de si,
é a melhor forma de continuar cuidando das pessoas que você ama.
Descobre também, que dar-se valor é, antes de tudo, da valor à vida.
E quando você se conhece e acredita no seu potencial
os sonhos que antes pareciam inalcançáveis, podem tornar-se surpreendentemente reais.
De repente, você olha para trás e nem acredita que conseguiu realizar tanta coisa.
Então descobre o melhor de tudo.
Realizar os seus sonhos não começa por coisas complicadas,
não começa pelos outros...
começa por um ponto.
Um ponto dentro de você!”
Fonte: http://cotidianamente.zip.net/arch2007-07-15_2007-07-21.html#2007_07-21_21_56_09-9527289-0
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Abraços Grátis
Caríssimas(os) colegas,
Mais um ano se inicia e o trabalho não espera, pois já está aí. Assim, nada melhor do que começar com um abraço especial...
Esse vídeo foi feito na Itália.
Assiste! Considera-te abraçado(a)!
Votos de um feliz ano letivo 2011/2012!
O CRIA
AP
Mais um ano se inicia e o trabalho não espera, pois já está aí. Assim, nada melhor do que começar com um abraço especial...
Esse vídeo foi feito na Itália.
Assiste! Considera-te abraçado(a)!
Votos de um feliz ano letivo 2011/2012!
O CRIA
AP
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Gestão das relações humanas
Já reparam como é difícil a gestão das relações humanas?! Muitas vezes não sabemos como agir, o que pensar, o que escolher.
Poderemos utilizar a seguinte metáfora:
gerir as nossas relações humanas é como ter um passarinho nas mãos:
se apertamos demais, ele morre. Se abrimos demais ele foge.
É nesta simbiose que está o segredo, o trabalho e a dificuldade.
Quantas vezes, com medo de perder, apertamos tanto que o outro não pode respirar, quase não pode existir. Sufocamos. E acabamos mesmo por perder.
Quantas vezes agimos de uma forma demasiado laxante, aparentando falta de interesse, e como tal interpretado, que pode levar a abusos ou à fuga.
Diz Saint Exupery que devemos cativar. Cativar e prender. Mas não uma prisão física nem psicológica. Cativar é envolver. É estar atento. É dar espaço. É saber estar presente.É saber estar ausente. Mas sempre atento e interessado. Interesse não manipulador e curioso.
Pensemos numa mão cheia de areia: para a conservar, tenho de manter a mão semi-aberta. Se a fecho com medo de a perder, ela foge da mão. Se a mantenho aberta e me distraio, perco-a.
Então qual o segredo para conservar a areia?
Poderemos utilizar a seguinte metáfora:
gerir as nossas relações humanas é como ter um passarinho nas mãos:
se apertamos demais, ele morre. Se abrimos demais ele foge.
É nesta simbiose que está o segredo, o trabalho e a dificuldade.
Quantas vezes, com medo de perder, apertamos tanto que o outro não pode respirar, quase não pode existir. Sufocamos. E acabamos mesmo por perder.
Quantas vezes agimos de uma forma demasiado laxante, aparentando falta de interesse, e como tal interpretado, que pode levar a abusos ou à fuga.
Diz Saint Exupery que devemos cativar. Cativar e prender. Mas não uma prisão física nem psicológica. Cativar é envolver. É estar atento. É dar espaço. É saber estar presente.É saber estar ausente. Mas sempre atento e interessado. Interesse não manipulador e curioso.
Pensemos numa mão cheia de areia: para a conservar, tenho de manter a mão semi-aberta. Se a fecho com medo de a perder, ela foge da mão. Se a mantenho aberta e me distraio, perco-a.
Então qual o segredo para conservar a areia?
José Sá
Fonte: http://partilhar.wordpress.com/2008/03/05/gestao-das-relacoes-humanas/
Quem Sou Eu?
Não posso falar quem sou usando apenas uma palavra
Nem mesmo uma única frase
As palavras que expressam quem sou não cabem neste espaço
Não sou nada
Mas ao mesmo tempo um monte de coisas.
Sou um pouco de alegria misturado com tristezas
Sou um pouco de dor
Um pouco de solidão
Sou um pouco do que os meus amigos me ensinaram a ser
O pouco do que o meus inimigos me fizeram aprender
Um pouco da minha família
Um pouco de religião
Ódio
Amor
Paixão
Sou um pedaço de mágoa e uma medida de perdão
Sou uma pessoa comum
Como qualquer outra
Simples
Porém com porções diferentes
Mostro meu sorriso quando é preciso sorrir
Mas...
Também choro nos momentos em que precisar.
Nem mesmo uma única frase
As palavras que expressam quem sou não cabem neste espaço
Não sou nada
Mas ao mesmo tempo um monte de coisas.
Sou um pouco de alegria misturado com tristezas
Sou um pouco de dor
Um pouco de solidão
Sou um pouco do que os meus amigos me ensinaram a ser
O pouco do que o meus inimigos me fizeram aprender
Um pouco da minha família
Um pouco de religião
Ódio
Amor
Paixão
Sou um pedaço de mágoa e uma medida de perdão
Sou uma pessoa comum
Como qualquer outra
Simples
Porém com porções diferentes
Mostro meu sorriso quando é preciso sorrir
Mas...
Também choro nos momentos em que precisar.
(Poema de Afonso Matos Martins)
Dicas para um Estudo Eficaz
Gestão do espaço e do tempo:
Contribuições para um estudo eficaz
Ao longo do seu percurso escolar, as crianças e jovens podem deparar-se com dificuldades de aprendizagem, as quais podem surgir, de acordo com o que defendem vários autores, pela ausência ou utilização inapropriada de estratégias de estudo e pela não existência de hábitos de trabalho favoráveis à aprendizagem.
A este tipo de dificuldade podem, não raras vezes, estar relacionadas atitudes negativas perante o estudo, elevada desmotivação escolar, tempo dedicado ao estudo insuficiente, uma consciência muito limitada relativamente à utilidade da adopção de algumas estratégias de aprendizagem, entre outros aspectos.
Uma das respostas eficazes a este tipo de dificuldade passa então por trabalhar com as crianças e jovens competências ao nível do auto-controlo, habilidade esta que será abordada no presente artigo.
Os problemas habitualmente apontados quando existe uma dificuldade ao nível do Auto-Controlo são a falta de planeamento das actividades escolares, tempo de estudo insuficiente, estudo apenas nas vésperas dos testes e incapacidade de concentração nas tarefas escolares.
Ajudar as crianças e jovens a perceber que existem determinadas competências de estudo que, adquiridas e aplicadas, permitem minimizar estas dificuldades e, assim, rentabilizar o seu estudo, poderá ser um ponto de partida
Neste sentido, podem ser desenvolvidas, de uma forma articulada com as crianças e jovens, as seguintes competências:
- Organização do local de estudo – idealmente um espaço adequado ao estudo reúne as seguintes condições físicas: uma boa iluminação; uma boa arrumação e organização do espaço, evitando estímulos distractores; arejamento e temperatura agradável para permitir uma melhor concentração e evitar o cansaço; redução do ruído e possíveis interrupções, tornando o ambiente mais tranquilo; mobiliário adequado, evitando situações de fazer os “trabalhos deitados na cama”, que levam a posturas incorrectas, caligrafia imperfeita, …;
- Gestão do tempo de estudo – Fazer uma boa gestão do tempo de estudo, realista e adequada às necessidades pessoais da criança ou jovem (ritmo, interesses, objectivos), evitando situações de: estudo intensivo nas vésperas dos testes; dificuldades de concentração e memorização, possivelmente derivados da falta de tempo para a organização da informação estudada; sentimentos de insegurança e ansiedade;
- Organização do horário de estudo – o jovem estudante deve elaborar um horário de estudo, coerente e passível de ser concretizado, de forma a melhor estruturar o seu dia-a-dia, no qual devem estar presentes as actividades concretas a realizar (trabalhos de casa, revisões da matéria dada) bem como os intervalos dedicados aos momentos de descanso/lazer.
O horário de estudo deve ser equilibrado, aumentando o tempo de estudo nos dias com menos horas de aulas, e diminuindo-o nos dias de maior carga escolar. As vantagens deste ponto são várias: ajudar a materializar a necessidade do estudo diário contribuindo, assim, para a motivação do estudante para a realização do mesmo; se for do conhecimento da família, esta poderá comprometer se a ajudar o aluno a cumpri-lo, ao criar estímulos e ao reduzir eventuais obstáculos para o aluno respeitar a realização das tarefas que nele se dispôs desempenhar.
Ajudar os jovens estudantes a adoptar tanto as referidas estratégias, que se supõem “pensadas” e “agidas”, como outras de equivalente pertinência, torna-se um imperativo na azáfama dos nossos dias, contribuindo para que, desde cedo, os jovens possam construir o seu próprio percurso de sucesso, tanto a um nível escolar, como a um nível mais amplo da sua vida.
Conteúdo cedido por parceiro guiadafamilia.com :
Dra. Inês Santiago
IAPPC, Instituto de Apoio Psicopedagógico
www.iappc.pt
Fonte: http://www.guiadafamilia.com/guiadospequenos/tema.php?id=10386
(citado por http://criancasatortoeadireitos.wordpress.com/2011/02/11/dicas-para-um-estudo-eficaz/)
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
CARROÇA VAZIA
Certa manhã, o meu pai convidou-me a dar um passeio pelo bosque e aceitei com alegria, porque sair com ele era grandioso para mim. Partilhava comigo muitas coisas da sua vida: a sua experiência, as suas anedotas de quando ele tinha doze anos, tal como eu agora. De repente, ele deteve-se no meio do bosque e disse-me:
- Guarda silêncio e escuta. Que ouves?
Pus os meus ouvidos atentos durante uns segundos e respondi:
- O canto dos pássaros!
- E não ouves mais nada? – Perguntou-me.
Pus mais atenção e disse:
-Sim, ouço o barulho de uma carroça pelo caminho.
- Isso mesmo – respondeu-me o meu pai – é uma carroça vazia.
Então perguntei-lhe:
- Como sabes que é uma carroça vazia se não a vemos?
- É muito fácil saber quando uma carroça está vazia, por causa do barulho. Quanto mais vazia está a carroça maior é o barulho que faz – disse o meu pai.
Fiz-me adulto; e até ao dia de hoje quando vejo uma pessoa tagarela, a falar muito alto, prepotente, querendo ser o centro, fazendo notar que sabe tudo, recordo-me do que me ensinou o meu pai:
- Quanto mais vazia está a carroça, maior é o barulho que faz.
Pensem nisto...
- Guarda silêncio e escuta. Que ouves?
Pus os meus ouvidos atentos durante uns segundos e respondi:
- O canto dos pássaros!
- E não ouves mais nada? – Perguntou-me.
Pus mais atenção e disse:
-Sim, ouço o barulho de uma carroça pelo caminho.
- Isso mesmo – respondeu-me o meu pai – é uma carroça vazia.
Então perguntei-lhe:
- Como sabes que é uma carroça vazia se não a vemos?
- É muito fácil saber quando uma carroça está vazia, por causa do barulho. Quanto mais vazia está a carroça maior é o barulho que faz – disse o meu pai.
Fiz-me adulto; e até ao dia de hoje quando vejo uma pessoa tagarela, a falar muito alto, prepotente, querendo ser o centro, fazendo notar que sabe tudo, recordo-me do que me ensinou o meu pai:
- Quanto mais vazia está a carroça, maior é o barulho que faz.
Pensem nisto...
Miguel Arcanjo
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
"Uma mãe na escola"
No passado domingo, enquanto passava a ferro, e na sequência das «propostas indecentes» que fui fazendo a alguns colegas para se juntarem ao CRIA, em regime de voluntariado, propostas essas que foram aceites, na sua maioria, de imediato e sem qualquer hesitação, dei comigo a pensar em qual seria a melhor maneira de motivar todos os professores da ESA a embarcarem nesta aventura solidária, e eis que o almoço de Natal me pareceu uma excelente oportunidade.
Antes, porém, não posso deixar de alertar para o seguinte: as palavras que se seguem só podem ser entendidas com o coração. Assim como Antoine de Saint-Exupéry, através do Principezinho, nos diz que os olhos são cegos e que, por essa razão, devemos procurar com o coração, assim vos digo eu, as minhas palavras só serão entendidas por aqueles que escutam com o coração.
Durante toda a minha vida questionei o sentido da minha própria vida. Procurei algo que fizesse sentido. Precisava desesperadamente de me sentir útil. De encontrar uma causa pela qual valesse a pena lutar. Diferente? Idealista? Insatisfeita? Louca? Talvez! Mas, como diz Fernando Pessoa, «Sem a loucura que é o homem/ Mais que a besta sadia/ Cadáver adiado que procria?».
Procurei em Timor. Procurei em África. No entanto, por ironia do destino, onde é que encontrei essa causa? Onde sempre esteve, em Portugal, tão próxima que não fui capaz de enxergá-la!
Há vinte e dois anos que dou aulas e há uns dois ou três anos a esta parte que tenho sentido uma vontade irresistível de abandonar o ensino. No entanto, um belo dia, em que me queixava do estado a que o ensino tinha chegado, eis que a minha grande amiga Maria João Bandeira, serenamente, me disse que se eu queria, de facto, mudar alguma coisa, estava no sítio certo, na escola, junto de jovens.
Aquelas palavras fizeram eco cá dentro. Era verdade. Era óbvio. Tão óbvio! E eu estive cega durante tanto tempo!
Passados uns tempos, uma colega veio ter comigo, uma colega com quem raramente me cruzava, Albertina Pereira, hoje minha amiga, para me perguntar se eu não estaria interessada em frequentar uma acção de formação subordinada ao tema A Tutoria: Funções e Perfis dos Professores Tutores, um Círculo de Estudos, que ia começar dentro em breve. Sem grande entusiasmo, acabei por aceitar. Assim como assim, precisava de créditos… (Obrigada, Albertina, por me teres convidado!)
Ao fim de dezassete sessões de formação, o CRIA (Centro de Reflexão, de Intervenção e de Aquisição) nascia. A minha causa, a causa pela qual valia a pena lutar! (Obrigada, Célia, obrigada Tina, obrigada Ana, obrigada Eugénia, obrigada Paula, obrigada Mariana, obrigada Albertina, obrigada Cristina por tudo aquilo que aprendi convosco nessas sessões e em tantas outras).
Obrigada, Simão, enquanto pessoa e director da ESA, por teres acreditado…!
Quando começámos, éramos apenas oito. Fomos crescendo, crescendo e hoje não tenho a certeza de quantos somos, pois todos os dias “entra” um colega novo, que aceita trabalhar voluntária e colaborativamente. De qualquer maneira, o nosso objectivo é que todos os professores da Escola Secundária de Amora, espontaneamente, sejam tutores de, pelo menos, um aluno.
- São muito ambiciosos! Dizem uns.
- São loucos! Dizem outros.
- Não têm mais nada para fazer! Dizem os «Criacépticos» (estou a usar o teu termo, Adolfo, mas com aspas, não te preocupes).
Sim! Somos ambiciosos.
Sim! Somos loucos.
Mas, não diz o adágio popular que de poetas e de loucos todos temos um pouco?
É um trabalho muito gratificante. Tão gratificante, que, se pudesse, dedicar-me-ia apenas a ele.
Há duas décadas que ouço constantemente:
- Os alunos faltam!
- Os alunos não fazem nada!
- Os alunos não sabem nada!
- Os alunos não têm modos!
Os problemas estão diagnosticados há muito tempo. Todos sabemos quais são. Não podemos continuar a acusar os outros e a esperar que sejam eles a resolver os problemas. Enquanto os outros resolvem e não resolvem, somos nós, professores, que temos os problemas dentro da sala de aula. Então, só nos resta mesmo, contribuir para a sua solução. E o programa de tutorias é apenas uma proposta que pretende ser parte da solução.
Ou continuamos a acusar o aluno, o encarregado de educação do aluno, o director de turma, o director da escola, a ministra da educação, destilando veneno, com o qual nos envenenamos a nós próprios e aos outros, ou nos unimos numa comunidade formativa, de uma vez por todas, deixando de lado as nossas idiossincrasias, apostando na pedagogia do amor.
Nunca antes fora tutora de ninguém. Neste momento, tenho cinco tutorandos. E não tenho mais porque não posso. Sou professora, por opção. Burocrata, por imposição. E, como tal, não me resta muito mais tempo.
Por isso, decidi partilhar estas palavras convosco, de modo a motivar-vos a adoptar um «filho»/uma «filha» na escola. Sim, «filho»! E logo eu que não tive filhos por opção! O meu primeiro «filho», logo na primeira sessão, depois de lhe explicar qual era o meu papel, virou-se para mim e disse: «- Ah, já tou a ver. Eu nunca tive uma tutora, mas uma tutora é como se fosse uma segunda mãe, uma mãe na escola!».
A minha «filha», na última sessão, disse-me: «Gostava tanto que a minha amiga (outra aluna sinalizada, cujo nome também não vou divulgar, por motivos óbvios) estivesse aqui comigo a ouvi-la».
O meu terceiro «filho», após um mês de ausência (depois de uma suspensão, de uma greve e de dois feriados), por iniciativa própria, veio ter comigo, não só para me comunicar que não podia estar comigo na última sessão, explicando-me o motivo, como também me trazia, numa mica, uma folha A4 com o trabalho que lhe havia pedido há um mês e que, por momentos, eu própria já tinha esquecido. Mas ele não!
A minha quarta «filha», embora, ainda, rejeite vir às aulas, porque, entre outras razões, não suporta a sua turma (CEF), veio à sessão da última semana e comprometeu-se a fazer os trabalhos que lhe pedi (e não foram poucos…).
O meu quinto e último «filho», o mais novo, que conheci apenas há duas semanas, já me prometeu que vai mudar. Na segunda sessão reconheceu, pelo menos, que não se portava bem. Isto não é já meio caminho andado?
São cinco «filhos» muito diferentes. São cinco desafios muito aliciantes. Não sei se estarei à altura… Mas uma coisa é certa, trata-se de um trabalho muito aliciante e muito gratificante, vos garanto! Basta estar lá. Basta que eles saibam que estamos lá por causa deles e para eles. A nossa atenção, a nossa preocupação, o nosso amor (não há que recear a palavra), na fase inicial, é o suficiente.
Não conseguirei nunca pôr em palavras aquilo que sinto, mas convido-vos a visionar o filme Páginas de Liberdade, a história verídica de como uma professora, nos Estados Unidos da América, conseguiu conquistar e unir uma turma (que podia muito bem ser uma turma CEF), e que retrata exemplarmente aquilo que o CRIA pretende, no geral, e aquilo que pretende, de uma maneira muito especial, para a ESA.
Desafio-vos, pois, agora, a visionar o filme, depois, no segundo período, a juntarem-se ao CRIA. Os nossos alunos precisam de vocês!
Lígia Sequeira
Subscrever:
Mensagens (Atom)