ARTIGO DO PÚBLICO de 09/10/2014, ASSINADO POR JOAQUIM AZEVEDO
A escola gera todos os anos um caudal de desperdício humano que perverte os seus melhores ideais e que contamina gravemente a sociedade portuguesa.
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A democracia e a liberdade permitiram, com forte investimento público de todos os portugueses, escolarizar toda a população jovem. E esse é um ganho notável que nunca devemos deixar de celebrar. Mas, é preciso olhar com mais atenção e espírito crítico para as “conquistas educativas da democracia”, pois elas comportam uma face oculta e menos digna e, hoje, é sobre ela que quero falar. Existem os herdeiros e existem os deserdados e nem só dos herdeiros deve versar a história que estamos a fazer, aqui e agora.
Acontece que a educação escolar é isso mesmo, uma construção social, um fruto de certas opções culturais e de uma série histórica de decisões políticas. É verdade que se trata de uma construção cultural poderosa e democrática, mas, ao mesmo tempo, é uma construção social frágil e injusta.
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